Fanfic: Please don't leave me
Classificação: +18
Gênero: Yaoi, Lemon, Drama (Tragédia).
Avisos: Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência, Suicídio.
Chapter Four
Hyukjae On
Finalmente senti ar puro invadir meus pulmões, permiti-me respirar, simplesmente. Mas mesmo em um lugar tão belo e tão calmo, o peso que carregava em meus ombros não se desfez.
A viagem até Jeju fora tranquila, Jhosep me levou até o aeroporto e com o mesmo disfarce que entrei no hospital peguei o avião. Chegando na ilha aluguei um carro e segui em direção às montanhas, onde se situava o Chalé.
Não foi difícil de encontrar, era um lugar magnífico, afastado de tudo. Como ele dissera, parecia um pequeno vilarejo, havia várias cabanas do mesmo estilo, mas com uma distância considerável entre cada uma. Internamente era simples e sofisticado, um ambiente muito agradável e aconchegante.
De repente, senti um aperto no peito, larguei minha mala no chão e me atirei no sofá.
“Hyukkie, nós temos que tirar umas férias, só nós dois... Quem sabe em Jeju? Seria muito bom ficarmos juntinhos naquela praia linda!”
Não contive as lágrimas, deixei-as rolarem pelo meu rosto. Estava muito difícil viver sem meu amor.
Tentei viver lá por aproximadamente cinco meses.
Já não aguentava mais ficar sem ver Donghae. Siwon me mandava notícias todos os dias, mas era sempre a mesma coisa “Ele está bem, continua dormindo como um anjo”. Mandava-me fotos dele, mas era muito doloroso ver meu Hae apático, cheio de aparelhos conectados pelo seu corpo fragilizado.
Minha cabeça só me confundia. Toda noite sonhava com ele, vestido com roupas claras, lindo e saudável, vinha conversar comigo em Jeju, contava como sentia minha falta e que era pra eu me cuidar melhor, pois ele logo retomaria sua vida, nossas vidas. Mas quando eu acordava aquele imenso vazio voltava para meu peito. O intrigante é que aqueles sonhos pareciam muito reais, mas a cada novo dia minhas esperanças diminuíam, pois ele não acordava.
Certo dia resolvi andar pelos rochedos, ia admirando aquela belíssima paisagem e subindo cada vez mais alto naquelas imensas montanhas. Ficava pensando nele, nos dias felizes que passamos juntos, no seu sorriso infantil, que me dava forças para encarar horas de ensaio. No dia que se declarou pra mim, na noite maravilhosa que passamos em Tókio, e principalmente, em como sentia sua falta.
Quando dei por mim estava na beira de um penhasco, então uma ideia antiga tomou meus pensamentos. Talvez, se eu morresse, esse peso sairia do meu peito e eu encontraria Donghae em algum lugar, afinal, ele jamais acordaria.
Dei uma olhada para baixo, era realmente muito alto e talvez, na queda, eu batesse nas rochas que haviam aquela imensidão azul. Respirei fundo, fechei os olhos e então tive a impressão de ter ouvido a voz dele.
“Hyukkie, não!”
Abri lentamente meus olhos na esperança de encontrar o dono daquela linda voz, mas só encontrei a bela paisagem. Talvez eu estivesse ficando louco.
“Hyukkie, se nós fossemos pra Jeju, eu adoraria subir em um penhasco”...
“Um penhasco Hae, ficou maluco?”
“Não amor, mas é que lá de cima, a vista da praia é muito mais bela!”
É Donghae, realmente a vista de cima é magnífica. O sol estava se pondo, me dando uma das mais belas visões da minha vida.
Minha morte teria um belo cenário! Fechei novamente os olhos e dei um passo à frente.
“Hyukkie não! Por favor! Por mim, pelo nosso amor!”
Sua voz ecoava em minha mente, mas eu não iria voltar atrás. Essa voz era coisa da minha mente perturbada, não era real.
“Hyukkie, você tem que estar bem, pra... pra quando eu acordar”.
-Você não vai acordar!
Impulsionei-me para frente, mas parecia que ago me puxava para traz.
-Hae, é você?
“Lee Hyukjae, desista disso, eu imploro.”
Sua voz parecia cansada, chorosa. Eu sentia algo agarrado em meu pulso, como se sua mão me puxasse. Podia sentir sua presença ali.
Dei um passo para traz e senti meu braço livre do aperto.
-Me desculpe Donghae, me desculpe por ser um idiota, por ter estragado tudo, e me desculpe pelo que vou fazer agora, mas não posso mais viver em um mundo onde você não passa de uma alucinação.
Corri para frente e me atirei. O vento gélido batia forte em meu rosto, tudo aparentava estar em câmera lenta. Fechei meus olhos e senti tudo ficar frio e molhado. Então a escuridão tomou conta.
Sentia minha cabeça latejar, meu corpo tremia de frio, ouvi vozes e então abri meus olhos, estava na beira da praia, deitado na areia e tinha uma mulher perto de mim, falava algo que não fui capaz de compreender. Ao seu lado, com as mesmas roupas brancas, e uma expressão de preocupação, Lee Donghae.
Eu te amo
Eu te amei o tempo todo
E eu sinto sua falta
Estive tão longe por muito tempo
Eu continuo sonhando que você estará comigo
E você nunca irá embora
Paro de respirar se eu não te ver mais
Sentia um cheiro familiar, era sopa... Não sentia mais tanto frio, estava em algum lugar fechado.
Abri meus olhos e me deparei com uma senhora, a mesma que estava na praia, fazendo algo que eu acreditava ser sopa. Estava em uma casa simples, pequena, mas muito aconchegante. Reparei que estava com roupas secas, e um pouco largas. Sentei-me no sofá que estava deitado e a senhora andou em minha direção.
-Que bom que você acordou! Estava achando que teria que te levar ao hospital. – Ela aparentava ter uns sessenta anos, mas era muito simpática.
-Desculpe-me, mas onde estou? E como vim parar aqui?
-Eu te encontrei caído na praia, quase tendo uma hipotermia. Pedi ao meu vizinho me ajudar a te trazer até aqui e lhe emprestar algumas vestes secas. Estou preparando uma canja bem quente pra você, espero que goste. – Falou indo em direção ao fogão.
-Como a senhora me trouxe até aqui? Digo, sou um estranho, não é nada prudente trazer estranhos desacordados para dentro de casa. – Ironizei.
-Havia outro rapaz com você, ele parecia muito preocupado. Foi ele que e chamou, me levou até você e pediu para te cuidar. Ele parecia um anjo, não tive medo algum em acatar seu pedido, e vejo que você é um bom rapaz. – Deu um sorriso.
Então eu não estava louco, Donghae realmente estivera ali! Mas como?
-Senhora, esse rapaz, ele lhe disse seu nome?
-Não, na verdade não tive tempo para perguntar, quando me virei e chamei meu vizinho ele sumiu. Mas estava com roupas claras, e tinha um belo rosto.
Senti meus olhos marejarem. A senhora, que se chamava Hyun-Ae, era realmente alguém de grande sabedoria, foi muito bom conversar com ela. Passei um dia em sua casa, contei brevemente minha história e ela ficou muito comovida, principalmente quando contei que o rapaz que a chamou estava em coma no hospital de Seul.
Seu vizinho, Park Min-Kyung, era um rapaz muito prestativo. Sonhava em ser astronauta, estava estudando física quântica. Sua aparência me lembrava de Sungmin.
Despedi-me daqueles que foram tão legais comigo e voltei para a cabana. Mesmo tendo caído daquela altura, tinha somente um corte na testa, nada grave. Tinha certeza que Hae cuidara de mim. Juntei minhas coisas, dei uma ajeitada na minha aparência que estava deplorável, e fui para o aeroporto.
So far away (So far away)
Been far away for far too long
Tão longe (tão longe)
Estive tão longe por muito tempo
-Hyuk? - Ouvi uma voz familiar ecoar pelo quarto silencioso. –Posso entrar?
-Mas é claro Wonnie! – Caminhei até ele e deu um abraço apertado no meu amigo.
-Não acreditei quando vi a mensagem que você me enviou dizendo que estava aqui. Que saudades! Como você está? Que curativo é esse na sua testa?
-Calma Siwon! Você vai assustar Donghae! – Ele me olhou com uma expressão esquisita. Caminhei em direção ao corpo imóvel do meu amado. –Haezinho, eu vou ali conversar com o Siwon, não ouse acordar enquanto eu estiver fora! Espere-me viu! – Dei um beijo em sua testa.
-O que foi isso? – Siwon parecia assustado com minha ação. Fomos até a lanchonete ara conversar.
Contei tudo que aconteceu naquela ilha, de inicio não acreditou na historia, mas depois de pensar um pouco, não parava mais de chorar.
Fiquei sete dias seguidos no hospital, de plantão, esperando meu Hae acordar, mas nada aconteceu.
- Talvez eu tenha batido a cabeça na queda, e imaginei tudo aquilo. Talvez eu realmente esteja louco.
-Não diga isso Hyuk, o que é uma semana pra quem esperou todo esse tempo?- Siwon tentava e confortar.
-Ele não vai acordar, eu sou um babaca mesmo, eu... Minha cabeça está latejando.
-O que você acha de ir para minha casa comigo, tomar um banho e ter um noite de sono? Amanhã você retorna ao hospital.
-Tudo bem to precisando de um banho descente.
Despedi-me do Fish e fui com Siwon para sua casa. Tomei um banho, comemos uma macarronada feita pelo dono da casa e conversamos um pouco.
Depois desabei na cama e quando recobrei a consciência o sol já estava alto.
Won deixou um bilhete na bancada da cozinha dizendo que fora para o estúdio e que era pra eu comer algo antes de sair, e que o carro dele estava na garagem pra mim.
Fiz o que ele disse e fui para o hospital.
Como esperado, Hae continuava num sono profundo. Minhas esperanças se esgotavam a cada minuto.
-Sabe Hae, - Sentei ao seu lado e peguei sua mão. - Eu realmente acreditei que era você naquele dia em Jeju. Eu acreditei que você ia acordar, mas já faz uma semana que eu voltei, e nada?... Acho que tudo aquilo foi coisa da minha cabeça. – As lágrimas rolavam pelo meu rosto. – Eu nem ao menos pude te dar um beijo de despedida...
Então tudo pareceu ficar em câmera lenta.
Senti seus dedos apertarem os meus numa tentativa de segurar minha mão. Olhei-o espantado e ele respirava pesadamente, a máquina a qual estava conectado começou a apitar, me estiquei e com a mão livre apertei o interfone. Logo a sala estava cheia de médicos e enfermeiros, me pediram para sair, e quando soltei sua mão ouvi sua voz fraca.
-Hyu....Hyukkie.
Me amor havia voltado pra mim.
Eu preciso ouvir você dizer
Eu te amo
Eu te amei o tempo todo
E eu te perdoo
Por ter ficado tão longe por muito tempo
Então continue respirando
Porque eu não vou mais te deixar
Acredite e se segure-se em mim e nunca me deixe ir
Mantenha a respiração
Porque eu não vou mais te deixar
Acredite, segure-se em mim e nunca me deixe ir.